terça-feira, 24 de março de 2009

Novo Apartheid na Africa do Sul...












Por: Mossad















A China declarou hoje que vai continuar a opor-se a todas as viagens do Dalai Lama aos demais países, depois de ter conseguido fazer com que a África do Sul recusasse um visto de entrada ao líder espiritual do Tibete. Uma prevista conferência de paz teve de ser adiada depois de o antigo Presidente Frederik de Klerk e o arcebispo anglicano Desmond Tutu, ambos distinguidos em diferentes alturas com o Prêmio Nobel da Paz, dela se terem retirado em protesto contra a atitude das atuais autoridades de Pretória.

"A organização decidiu no espírito da paz adiar a conferência sul-africana, de modo a garantir que ela venha a decorrer quando houver condições", explicou Irvin Khoza, um dos elementos da comissão promotora do Mundial de Futebol de 2010, que pretendia patrocinar o grande evento pacifista.
De Klerk e Tutu pretendiam debater com o Dalai Lama a melhor forma de o futebol ser utilizado para se ajudar a combater o racismo e a xenofobia, mas tiveram de adiar os seus planos depois de verificarem que o Governo sul-africano se submetera às pressões de Pequim e recusara o visto à mais alta autoridade do budismo tibetano.

"Todos os países devem respeitar a soberania e a integridade territorial da China e se opor à independência do Tibete" Palavras do porta-voz da Chancelaria chinesa Qin Gang

A própria Comissão do Prêmio Nobel da Paz anunciou que boicotaria a conferência na República da África do Sul se o Dalai Lama fosse impedido de nela participar."Opomo-nos resolutamente a que qualquer Governo tenha contactos oficiais com o Dalai Lama ou que permita ou ofereça uma plataforma para as suas atividades separatistas", disse à imprensa o porta-voz do ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, Qin Gang.
Bom amigos, Essa é a única pergunta que posso fazer. Alguns dos senhores lembram-se do Apartheid? Eu ainda não era nascido quando este regime foi implantado na África do Sul mais lembro-me muito bem quando ele foi "abolido" para os que não lembram,vou lhes fazer uma breve explanação sobre o assunto.

Apartheid ("vida separada") é uma palavra de origem afrikaans, adotada legalmente em 1948 na África do Sul para designar um regime segundo o qual os brancos detinham o poder e os povos restantes eram obrigados a viver separados dos brancos, de acordo com regras que os impediam de ser verdadeiros cidadãos.

Este regime foi abolido por Frederik de Klerk em 1990 e, finalmente, em 1994 eleições livres foram realizadas.O primeiro registro do uso desta palavra encontra-se num discurso de Jan Smuts em 1917. Este político tornou-se Primeiro-ministro da África do Sul em 1919. Tornou-se de uso quase comum em muitas outras línguas. As traduções mais adequadas para português são segregação racial ou política de segregação racial.

O apartheid foi implementado por uma lei. As restrições a seguir não foram apenas sociais, mas eram obrigatórias pela força da lei.Não-brancos eram excluídos do governo nacional e não podiam votar exceto em eleições para instituições segregadas que não tinham qualquer poder. Aos negros eram proibidos diversos empregos sendo-lhes também vetado empregar brancos. Não-brancos não podiam manter negócios ou práticas profissionais em quaisquer áreas designadas somente para brancos. Cada metrópole significante e praticamente todas as áreas comerciais estavam dentro dessas áreas.

Os negros sendo um contingente de 70% da população foram excluídos de tudo menos uma pequena proporção do país, a não ser que eles tivessem um passe que era impossível para a maioria conseguir. A implementação desta política resultou no confisco da propriedade e remoção forçada de milhões de negros. Um passe só era dado a quem tinha trabalho aprovado; esposas e crianças tinham que ser deixadas para trás. Esse passe era emitido por um magistério distrital confinando os (negros) que o possuíam àquela área apenas. Não ter um passe válido fazia um negro sujeito à prisão imediata, julgamento sumário e "deportação" da "pátria". Viaturas da polícia que continham o símbolo sjambok da polícia vasculhavam a "área branca" para enquadrar os negros "ilegais".
A terra conferida aos negros era tipicamente muito pobre impossibilitada de prover recursos à população forçada a ela. As áreas de negros raramente tinham saneamento ou eletricidade.Os hospitais eram segregados, sendo os destinados a brancos capazes de fazer frente a qualquer um do mundo ocidental e os destinados a negros, comparativamente, tinham séria falta de pessoal e fundos e eram, de longe, limitados em número. As ambulâncias eram segregadas, forçando com que a raça da pessoa fosse corretamente identificada quando essas eram chamadas. Uma ambulância "branca" não levaria um negro ao hospital. Ambulâncias para negros tipicamente continham pouco ou nenhum equipamento médico.
E impossível, não comparar essa atitude da África do Sul, em relação a pressão da China contra o Líder espiritual Dalai Lama. Mesmo porque, é interessante examinar o que motivou os criadores das políticas de apartheid e qual visão do mundo foi defendida por essas pessoas para justificar tal discriminação. É comum considerar que o apartheid tem como centro de suas crenças que (1º) outras raças são inferiores, (2º) tratamento inferior a raças "inferiores" é apropriado, e (3º) tal tratamento deveria ser reforçado pela lei. Contudo, têm existido e continuam a existir apologistas acadêmicos para o apartheid que argumentam que apesar da implementação do apartheid na África do Sul ter suas falhas, tinha a intenção por seus arquitetos de ser um sistema que separasse as raças, prevenindo os "Brancos" (e outras minorias) de serem "engolidos" e perderem sua identidade, mas trataria, contudo, as raças de forma justa e igual. Herman Giliomee em seu livro Os Afrikaners descreve quantos da liderança intelectual dos Afrikaners tinham boas intenções genuínas.

Ele não responde porém, a questão de como a elite intelectual foi capaz de jogar o jogo "não veja o mal, não ouça o mal, não fale do mal" tão bem por tanto tempo, apesar de encarar com as crueldades do apartheid diariamente.
Todos os países devem respeitar a soberania e a integridade territorial da China e se opor à independência do Tibete" Palavras do porta-voz da Chancelaria chinesa Qin Gang

E ai me indago! Como um país com uma herança tão indigna pode se curvar aos caprichos de um governo opressor e ditador como o governo Chinês, as vésperas da Copa do Mundo, que será sediada na própia África do sul essa noticia caiu, como uma bomba e nos traz a triste realidade de que, nunca aprenderemos com nossos próprios erros...

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